quarta-feira, 4 de abril de 2018

Repositório de links - 05/04/18

Links que achei legais de algum jeito. Aqui vai ter coisa que vi muito recentemente e coisa que vi há literalmente anos. Tô pensando em fazer isso de tempos em tempos.

(Nota: a maioria dos textos são em inglês. Só o texto da Eliane Brum, o primeiro texto sobre TOC, o sobre Moloch e o texto sobre violência sexual são em português. Vou tentar lembrar de mais coisa em português na próxima)

Uma série de quadrinhos sobre depressão, da Allie Brosh. Parte 1 e parte 2.

O melhor texto contra a meritocracia que eu já li: The Case Against Equality of Opportunity.

Sobre problemas graves que a produção científica enfrenta hoje: Evidence-Based Lies. O título é uma referência ao bordão "evidence-based policies", ou "políticas públicas baseadas em evidências", que tem ficado mais presente na mídia hoje em dia. É basicamente um movimento que exige que, antes de implementar qualquer política pública, o administrador tenha evidência empírica de que aquela política efetivamente funciona. O texto não discorda que essas evidências são necessárias, só argumenta que essas evidências têm sido coletadas de forma ruim.

Os dois próximos textos são do mesmo blog, SlateStarCodex, que fala sobre... um monte de coisa. Pra falar a verdade, eu sei tão pouco dos temas centrais do blog que não me arrisco a tentar definir quais são. De qualquer forma, ele também escreve sobre política, e sobre isso faz alguns textos muito bons.

O primeiro que indico aqui, Burdens, tem a proeza de combinar alguns dos trechos que mais me influenciam hoje em dia com algumas das coisas mais estúpidas que já li. É um texto sobre pessoas que se sentem como fardos, a possibilidade de que elas realmente sejam "fardos" de algum jeito (pessoas que não conseguem trabalhar, deficientes, gente que não tem nenhuma habilidade muito clara em geral). Para mim é um baita alívio que ele consiga admitir que algumas pessoas não são necessariamente "produtivas" para a sociedade e que ainda assim consiga pensar em argumentos para justificar que essas pessoas têm valor - argumentos bem diferentes de qualquer noção de "dignidade inerente da pessoa humana". É incrivelmente compreensivo e pragmático e eu acho que todo mundo deveria ler pelo menos uma vez (ainda que tenha as partes incrivelmente burras).

O segundo, Meditations on Moloch, é sobre problemas de coordenação, como eles basicamente forçam toda a humanidade a entrar num estado de competição brutal, e quais seriam as possíveis soluções para isso (de preferência, que não envolvessem centralizar poder numa figura que privasse todo mundo das liberdades mais básicas). É um texto que faz um longo argumento pró-autoritarismo, para no último segundo se reconhecer pró-autonomia. Um pequeno aviso: o texto contém poemas grandiloquentes sobre a modernidade e é basicamente todo fundamentado numa analogia sobre satanismo. Eu sei que vai dar uma puta vontade de revirar os olhos e pensar que é só mais uma esquisitice da internet. Mas pooor favor, só leia. Tem versão em português.

Sobre a sensação (comum pra mim no começo da adolescência) de se achar incrível e pensar que tem direito a tudo sem esforço: Meu filho, você não merece nada.

Sobre a divisão profunda entre a América do Norte rural e urbana, e como isso pode ter ajudado a eleição do Trump.

Sobre TOC, tem esse texto ("e se eu der um soco na cara dessa mulher?") e esse outro, sobre "coisas que ninguém te diz sobre ter TOC".  É uma doença realmente pouco compreendida. Vale a pena ler pra entender um pouco mais.

Sobre igualdade de gênero na tecnologia: "The more gender equality, the fewer women in STEM" (quanto mais igualdade de gênero, menos mulheres vão para ciência, tecnologia, engenharia e matemática). É contraintuitivo: você imagina que, quanto mais igualdade de gênero, mais as mulheres têm a oportunidade de "fazer o que elas quiserem", menos pressão para ficarem em profissões tradicionalmente femininas e mais amigável o ambiente para mulheres que trabalham com tecnologia.

As hipóteses que o artigo propõe para explicar os dados são: (a) em países com menos igualdade de gênero, independência financeira é uma questão mais urgente para as mulheres; pode ser o que salva elas de um casamento forçado, de ser obrigada a obedecer a um familiar ou marido pra sempre, etc. (b) corolário do (a), em países com mais igualdade de gênero - em que uma mulher não precisa de independência financeira para ter sua autonomia garantida - as mulheres podem se dedicar mais a coisas de que elas efetivamente gostam, que tendem a ser mais voltadas às humanidades.

Uma ressalva: ainda de acordo com o artigo, mulheres, em média, são tão boas quanto homens em matérias de matemática, ciência etc. A diferença é que elas costumam ser ainda melhores em matérias de humanidades.

Finalmente, um sobre casos de violência sexual dentro da ONU e como a organização tem lidado (mal).

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